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Março de 2020, mais exatamente dia 11. A OMS declara o surto do SARS-CoV-2 como PANDEMIA.

Em tempos de internet a noticia correu o mundo em questão de segundos e todos se perguntavam o que viria a ser uma PANDEMIA??

Não era dificil encontrar o significado da palavra, mas ficaria cada vez mais dificil compreender o significado do acontecimento mundial.

As ruas de São Paulo, antes congestionadas de segunda a segunda, esvaziaram-se quase que completamente.

Estávamos reformando nossa em casa em Cotia para que abrigasse, tambem, o meu consultorio. Na verdade a reforma começou no dia 11 de março de 2020.

Passavamos 4 dias em São Paulo e 3 em Cotia e por essa razão tive oportunidade de observar as ruas de São Paulo VAZIAS. Lembro-me de ter visto a Avenida Rebouças absolutamente vazia, a Avenida Paulista com um ou outro cidadão levando o cachorro para passear e mais nada.

São Paulo virou uma cidade fantasma. Tudo parou e o cenário silencioso e sem pessoas se tornava perturbador.

As Casas de Repouso começaram a proibir visitas e comecei a ver meu pai apenas da sacada, a uma distancia segura.

Ele jamais compreendeu o que significava tudo aquilo. Porque não podiamos nos aproximar? Porque começamos a usar mascaras? Não tinhamos como explicar, já que também não entendíamos a grandiosidade do que estaria por vir.

As pessoas passaram a se confinar em suas casas, trabalhando remotamente, de uma forma provisória.


A mesa da sala de jantar era dividida entre marido e mulher para o desempenho de suas atividades profissionais. Cada um com suas dificuldades pelo desconhecimento dos recursos digitais e a necessidade de manter seus ganhos.

As crianças deixaram de ir à escola e a príncipio percebeu-se que quase nenhuma estava preparada para o Ensino à Distancia.

A vida continuava correndo, mas com uma mudança gigantesca de hábitos.

Não havia comercio aberto e somente o essencial poderia continuar trabalhando normalmente.


Cada um fazia sua própria previsão sobre o término de tudo aquilo e havia quem disesse que levariamos um ano inteiro nessa situação!!

Evidente que todas as previsões eram intuitivas, apesar de já haver cientistas trabalhando sobre dados concretos.

O pânico começou a se instalar nas cidades, nos estados, nos paises, no mundo.

Fechei meu consultorio de 16 anos no dia 19 de março e só voltei a reabrir um ou outro atendimento presencial em agosto de 2020.

Muita água correu nos primeiros meses de Covid e todos estávamos em casa, trabalhando via internet, com conexões lentas muitas vezes, mas mantinhamos o ânimo e a vontade de ver tudo se resolver.

No meu caso trabalhar online não era uma novidade. Já atendia muitos pacientes que foram morar em vários paises do mundo e desde 1999 estive engajada na psicoterapia mediada por computadores, portanto, não foi dificil assumir 100% de atendimentos online.

Dificil foi entender como deveria conduzir pacientes num momento de horror mundial.

Precisei reiventar minha atuação clínica e dividir minhas percepções com colegas e supervisionandos.

A vida do Ser Humano começa a mudar substancialmente em todos os sentidos e nós, profissionais da Saude Mental, precisavamos estar preparados para auxiliar na condução menos estressante da Grande Crise Mundial.

Estávamos em Guerra. Não havia bombas, nem tiros, nem sague, mas havia centenas de milhares de mortos em poucos dias.

Já começava a ficar dificil lembrar como era antes de tudo isso.... e mal sabíamos, mas o horror estava apenas começando!

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